Numa entrevista a Madonna respondeu que trocaria todo o seu legado profissional por uma mãe. Uma reflexão o quanto essencial é o papel de mãe.
E justamente por esse papel essencial estar distorcido, e muitas vezes equivocado para fundamental, há muita cobrança para desumanizar o papel de mãe com a desculpa de colocá-lo como heroína.
E aí essa mãe cruelmente idealizada, fatalmente se sobrecarrega. A ponto de provavelmente limitar o potencial, tanto de sua cria quanto como o seu próprio como mãe.
O que numa pior escala, numa censura ironica e silenciosa, essa ilusão de mãe super heroína desempodera algumas mulheres a se aventurarem no mundo da maternagem.
Enfim, de volta a Madonna. Essa mãe que direcionei resumidamente como mãe essencial é a mãe de natureza. A mãe do acolhimento. Um ventre virtual wi-fi. Não simplesmente uma cuidadora, ou intelectualizadora (se é que essa palavra existe, rs).
O sagrado vínculo da mãe e sua cria muitas vezes se perde justamente por colocar em prioridade o papel de mãe ser fundamental em vez de essencial.
O filósofo Mário Sérgio Cortella uma tem uma didática para diferenciar o essencial do fundamental. Dinheiro por sua vez é fundamental e não é essencial. Já comer é essencial, sem isso você morre... Mesmo que ironicamente, na maioria das vezes, é com o dinheiro que você terá comida.
Enquanto a mãe for colocada como o 'dinheiro' em vez de 'comida' numa bolha de facilitadora vocacional gratuita é muito provável arriscar a qualidade da autonomia mútua de mãe e suas crias. Ainda assim, sobre a perspectiva da natureza o papel de mãe continuará sendo essencial para sua cria.
Diferente do essencial, o fundamental é flexivelmente substituível. Para Madonna, por mais fundamental que seja sua carreira, a sua mãe é essencial. Assim como existem outras coisas igualmente essenciais como a comida, existem outros papeis essenciais na vida de uma pessoa.
A ausência do essencial é bem mais complexa do que a ausência do fundamental.
♥ #acarademãe2015 #voltamos #mãeessencial
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