segunda-feira, 29 de junho de 2015

Meu Primeiro Inverno Separada

Look do Dia, bolero vermelho

Acho que estou numa fase vermelha, é rasteinha, é bolero... Será que a rasteirinha está para a menina do sapatos vermelhos assim como o bolero está para chapeuzinho vermelho?!

Uma vez li, não me pergunte onde, que o vermelho nas histórias infantis é um simbolismo a passagem para a vida adulta que a menstruação provoca na vida de uma menina. O vermelho da maçã da branca de neve, o sangue no dedo da bela adormecida, etc.

Esse bolero veio de um reino chamado Saara, área comercial popular do Rio de Janeiro. Foi numa daquelas lojas que as roupas ficam em caixa com um manequim no meio. É quase uma agulha no paliteiro. Mas o anúncio de R$10 ressignifica todo o caos do cenário.

Estava grávida da caçula quando comprei, ele poderia estrategicamente nos acompanhar em diferentes fases. Ele daria cor aquele vestido cinza comprado no Supermercado Extra que no meio das compras domésticas nem lembro quanto foi. Não amo as roupas do supermercado a não ser pelo fato delas não darem bolinhas depois de muito usadas. 

Viajava 35km da casa até o trabalho, depois mais 35 do trabalho para casa. Tempo era um artigo de luxo. Tudo tinha que ser combo, 2 em 1. Talvez se não fosse a convenção do atentado ao pudor andar nú eu já tinha entrado em abstinência desse negócio de roupa.

" Se Deus quiser um dia eu quero ser índio, viver pelado pintado de verde num eterno domingo... Tão banal assim como um pardal  meio de contrabando, desviar do estilingue. Deixar que me xingue..." .

O bolero tem poucas memórias por enquanto... é só o seu segundo inverno. 

O inverno aqui no Rio deixa a cidade meio vazia se comparado ao fluxo do verão. Deve ser o efeito da formiga que trabalha no calor para estocar comida para o inverno.

Inverno é o mês do meu aniversário, retrospectivas são imenssuráveis e involuntárias. Em 2015 será meu 32o. inverno. O primeiro inverno da caçula, o 4o. inverno da mais velha, meu primeiro inverno separada.

 Descobri que o aquecedor que usei no parto da caçula tem potencial. Na aquecedorlândia posso até brincar de índio sem sentir que é inverno.

Quando o aquecedor não funciona, gosto de tomar café com leite. O preto do café me acorda de um jeito único quando mistura o aconchego do leite. Dá um gosto de quero mais.

Fiquei com gosto de quero mais em amamentar a caçula, foram só 10 dias. A mais velha foi quase um ano e meio. Da série #pérolas da Serena um dos poucos dias que me viu amamentando sua irmã ela perguntou se o leite seria de chocolate. Deve ter sido influência do pai ensinando a música do tema do TimMaia.

Imagino que muitos gostem do chocolate, mas tenho preferido o café com leite. Ele nem sempre tem o mesmo gosto. As vezes o despertar do preto do café é mais forte e domina o aroma. As vezes não, é o aconchego do leite que predomina. Há quem chame isso de média. Descobri que a média pode ser medida de várias formas. E não tem época melhor para o café com leite do que no inverno. Lembrei que em brincadeira de criança café com leite significa uma proteção especial...




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